Adriana Soares
"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele". Freire
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
RESENHA - Cibercultura
LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. 260p.
Pierre Levy é filósofo e nasceu em 1956, na cidade de Túnis, na Tunísia. Realizou seus estudos na França, tornando-se mestre em História da ciência e Doutor em Sociologia e em ciências da informação e da comunicação. Lecionou em várias universidades em Paris, Montreal e Quebec. Presta serviços a vários governos e organismos internacionais e grandes empresas sobre as implicações culturais das novas tecnologias. Desde 2002, trabalha como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Otawa (Canadá). È autor de: As Tecnologias da Inteligência (1992), As árvores do conhecimento (1995), O que é o virtual (1996), A ideografia dinâmica: para uma imaginação artificial (1997), A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço, entre outros.
Nesta obra o autor se propõe a estudar a cibercultura definindo-a como “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem com o crescimento do ciberespaço” (p. 17). Este último, por sua vez, é descrito como o “novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores e torna específico não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo de informações que ele abriga, assim como os humanos que navegam e alimentam esse universo” (p. 17).
O autor aborda as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e de comunicação. Por meio desta obra, o autor visa mostrar que “a chave da cultura do futuro é o conceito de universal sem totalidade (p. 247)”. Na proposição do autor o universal significa a presença virtual da humanidade para si mesma (P. 247), e tal conquista tornaria democrática a informação e a comunicação em nível mundial, permitindo a interatividade entre os sujeitos em escala planetária.
A idéia principal da obra é mostrar a possibilidade da “interconexão universal de todos os bípedes falantes e de fazê-los participar da inteligência coletiva da espécie no seio de um mundo ubiquitário” (p. 247), sem que com isso sejam perdidas as idéias de diversidade, de dialética e de complexo. È clara a oposição do autor ao fechamento semântico e de unidade de sentido, ou totalidade. Para ele o ciberespaço é universal por se basear na escrita, suporte fundamental de registro e difusão do saber, que permitiu a generalização e universalização da ciência e da religião. Contudo, o ciberespaço se distingue da cultura escrita, que a pesar de ser universal é totalizante, distingue-se também das culturas orais que são totalizantes, sem serem universais.
A obra está dividida em três partes, sendo a primeira destinada à apresentação dos conceitos que explicam e fundamentam a cibercultura como: técnica e tecnologia, inteligência coletiva, digitalização, virtualização, simulação, interatividade e hipertexto. Nesta seção o autor discute também os impactos sócio-culturais das novas tecnologias, apontando-as como fruto da sociedade e da cultura e como condicionante de novas formas de pensar, de perceber e de se relacionar com o mundo.
A segunda parte do livro é dedicada às proposições que sustentam a cibercultura e tem como objetivo apresentar uma análise à nova pragmática das comunicações instaurada pelo ciberespaço explicitando teoricamente o conceito de universal totalizante e suas implicações sócio-culturais. São avaliados portanto, nesta parte a universalidade no plano técnico, a cibercultura como movimento social, a música e a arte na cibercultura, novas relações com o saber e as mutações na educação, e questões relativas ao espaço geográfico das cidades e possibilidades de democratização e participação dos cidadãos.
No terceiro bloco Pierre Levy tece críticas e apresenta problemas relativos diversidades de pontos de vista e de interesse dos diferentes usuários da cibercultura que geram conflitos, como: questão da soberania dos Estados, a visão de rede como um supermercado planetário, a exclusão de parcelas da população mundial, os conflitos relativos a dominação política, econômico e das mídias, a questão da superação de tecnologias por outras mais avançadas e a abertura a inovações.
O autor apresenta uma abordagem baseada no raciocínio indutivo e de perspectiva materialista dialética. Faz uma crítica a Escola de Frankfurt e a Heidegger (p. 23), no que se refere à abordagem generalizante dos efeitos sócio-culturais das técnicas. Assim, nesta obra a visão do autor pode ser classificada, conforme os escritos de Eco (1964) de visão integrada do uso dos meios de comunicação, ou abordagem teórica na qual são apresentadas, ou se enfatiza apenas os impactos positivos das tecnologias na cultura.
O autor é otimista quanto às mutações tecnológicas, embora saiba não ser possível mensurar ou acompanhar estas evoluções por causa da velocidade em que elas se dão. Crê ser possível através da cibercultura e da sua dimensão universal sem totalidade realizar o ideal moderno de liberdade, igualdade e fraternidade e o objetivo marxista de apropriação dos meios de produção pelos próprios produtores. Apresenta o ciberespaço como bem público e possibilidade de interconexão planetária mas, discute muito timidamente questões relativas às populações mais carentes e analfabetismo ao tratar de exclusão, asseverando que cada sistema de comunicação fabrica seus próprios excluídos (p. 237). Assim com respeito à possível dominação de potências cujo poder tecnológico são muito grandes, o autor as coloca em pé de igualdade com os indivíduos que possuam competências técnicas para investir no ciberespaço em qualquer espaço geográfico ou posição social, no que tange a possibilidade de participação e de contribuição à construção da inteligência coletiva.
Esta obra é recomendada para educadores, comunicólogos, sociólogos, antropólogos, profissionais ligados à área de informática e estudantes destas respectivas áreas, sejam da graduação seja dos cursos de pós-graduação.
Pierre Levy é filósofo e nasceu em 1956, na cidade de Túnis, na Tunísia. Realizou seus estudos na França, tornando-se mestre em História da ciência e Doutor em Sociologia e em ciências da informação e da comunicação. Lecionou em várias universidades em Paris, Montreal e Quebec. Presta serviços a vários governos e organismos internacionais e grandes empresas sobre as implicações culturais das novas tecnologias. Desde 2002, trabalha como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Otawa (Canadá). È autor de: As Tecnologias da Inteligência (1992), As árvores do conhecimento (1995), O que é o virtual (1996), A ideografia dinâmica: para uma imaginação artificial (1997), A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço, entre outros.
Nesta obra o autor se propõe a estudar a cibercultura definindo-a como “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem com o crescimento do ciberespaço” (p. 17). Este último, por sua vez, é descrito como o “novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores e torna específico não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo de informações que ele abriga, assim como os humanos que navegam e alimentam esse universo” (p. 17).
O autor aborda as implicações culturais do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e de comunicação. Por meio desta obra, o autor visa mostrar que “a chave da cultura do futuro é o conceito de universal sem totalidade (p. 247)”. Na proposição do autor o universal significa a presença virtual da humanidade para si mesma (P. 247), e tal conquista tornaria democrática a informação e a comunicação em nível mundial, permitindo a interatividade entre os sujeitos em escala planetária.
A idéia principal da obra é mostrar a possibilidade da “interconexão universal de todos os bípedes falantes e de fazê-los participar da inteligência coletiva da espécie no seio de um mundo ubiquitário” (p. 247), sem que com isso sejam perdidas as idéias de diversidade, de dialética e de complexo. È clara a oposição do autor ao fechamento semântico e de unidade de sentido, ou totalidade. Para ele o ciberespaço é universal por se basear na escrita, suporte fundamental de registro e difusão do saber, que permitiu a generalização e universalização da ciência e da religião. Contudo, o ciberespaço se distingue da cultura escrita, que a pesar de ser universal é totalizante, distingue-se também das culturas orais que são totalizantes, sem serem universais.
A obra está dividida em três partes, sendo a primeira destinada à apresentação dos conceitos que explicam e fundamentam a cibercultura como: técnica e tecnologia, inteligência coletiva, digitalização, virtualização, simulação, interatividade e hipertexto. Nesta seção o autor discute também os impactos sócio-culturais das novas tecnologias, apontando-as como fruto da sociedade e da cultura e como condicionante de novas formas de pensar, de perceber e de se relacionar com o mundo.
A segunda parte do livro é dedicada às proposições que sustentam a cibercultura e tem como objetivo apresentar uma análise à nova pragmática das comunicações instaurada pelo ciberespaço explicitando teoricamente o conceito de universal totalizante e suas implicações sócio-culturais. São avaliados portanto, nesta parte a universalidade no plano técnico, a cibercultura como movimento social, a música e a arte na cibercultura, novas relações com o saber e as mutações na educação, e questões relativas ao espaço geográfico das cidades e possibilidades de democratização e participação dos cidadãos.
No terceiro bloco Pierre Levy tece críticas e apresenta problemas relativos diversidades de pontos de vista e de interesse dos diferentes usuários da cibercultura que geram conflitos, como: questão da soberania dos Estados, a visão de rede como um supermercado planetário, a exclusão de parcelas da população mundial, os conflitos relativos a dominação política, econômico e das mídias, a questão da superação de tecnologias por outras mais avançadas e a abertura a inovações.
O autor apresenta uma abordagem baseada no raciocínio indutivo e de perspectiva materialista dialética. Faz uma crítica a Escola de Frankfurt e a Heidegger (p. 23), no que se refere à abordagem generalizante dos efeitos sócio-culturais das técnicas. Assim, nesta obra a visão do autor pode ser classificada, conforme os escritos de Eco (1964) de visão integrada do uso dos meios de comunicação, ou abordagem teórica na qual são apresentadas, ou se enfatiza apenas os impactos positivos das tecnologias na cultura.
O autor é otimista quanto às mutações tecnológicas, embora saiba não ser possível mensurar ou acompanhar estas evoluções por causa da velocidade em que elas se dão. Crê ser possível através da cibercultura e da sua dimensão universal sem totalidade realizar o ideal moderno de liberdade, igualdade e fraternidade e o objetivo marxista de apropriação dos meios de produção pelos próprios produtores. Apresenta o ciberespaço como bem público e possibilidade de interconexão planetária mas, discute muito timidamente questões relativas às populações mais carentes e analfabetismo ao tratar de exclusão, asseverando que cada sistema de comunicação fabrica seus próprios excluídos (p. 237). Assim com respeito à possível dominação de potências cujo poder tecnológico são muito grandes, o autor as coloca em pé de igualdade com os indivíduos que possuam competências técnicas para investir no ciberespaço em qualquer espaço geográfico ou posição social, no que tange a possibilidade de participação e de contribuição à construção da inteligência coletiva.
Esta obra é recomendada para educadores, comunicólogos, sociólogos, antropólogos, profissionais ligados à área de informática e estudantes destas respectivas áreas, sejam da graduação seja dos cursos de pós-graduação.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Ética Hacker: O que é isso?
A ÉTICA HACKER é uma nova ética surgida de comunidades virtuais ou cibercomunidades. Um dos seus grandes criadores foi o finlandês Pekka Himanen. Os pontos que a caracterizam são:
1. A crença de que o compartilhamento de informações beneficia a sociedade como um todo.
2. O pensamento de que penetrar em sistemas por diversão e exploração é eticamente aceitável;
É importante considerar que o sentido original do termo hacker é todo aquele que trabalha com grande paixão e entusiasmo pelo que faz. O que se contrapõe ao termo cracker, ou pirata da informática com grandes conhecimentos técnicos, que invade, copia dados, destrói informações. Um hacker pode ajudar as corporações a verificar se os sistemas de informação e as redes são efetivamente seguras, por exemplo.
O termo hacker, segundo Pekka Himanen (2001) designa um perito ou entusiasta em qualquer área. Na informática ele tem por função desenvolver projetos tecnológicos e voltados à difusão de informações. Ele portanto, desenvolve, cria e distribui conhecimento.
A idéia de hackerismo nos apresenta nova perspectiva na idéia de trabalho, dinheiro e rede. Assim, o trabalho que conforme a ética protestante está relacionado a dever é entendido como diversão, é algo prazeroso. O dinheiro está associado a idéia de tempo, ao tempo que deve ser otimizado, e a automação muito auxilia nesse processo. O dinheiro não é o mais essencial mais a paixão pelo trabalho feito e a possibilidade de torná-lo útil para a coletividade, a ética da rede ou nética, que apregoa o acesso à todos e a liberdade de expressão.
É esse compromisso que os "hackers" têm com a informação, é essa paixão pela criatividade que se transformou na ética "hacker" e isso tem tudo a ver com a inclusão digital da sociedade.
Assim, assistimos na era da cibercultura uma nova forma de pensar e de nos relacionar com o trabalho e com os outros sujeitos. Vemos uma disposição para a "vida livre de encargos”, despojada, que almeja a experiência social, a liberdade de decidir sobre si mesmo, de ser autônomo, nesse projeto tanto se desenvolve as tecnologias de informação, quanto para a democratização do saber.
1. A crença de que o compartilhamento de informações beneficia a sociedade como um todo.
2. O pensamento de que penetrar em sistemas por diversão e exploração é eticamente aceitável;
É importante considerar que o sentido original do termo hacker é todo aquele que trabalha com grande paixão e entusiasmo pelo que faz. O que se contrapõe ao termo cracker, ou pirata da informática com grandes conhecimentos técnicos, que invade, copia dados, destrói informações. Um hacker pode ajudar as corporações a verificar se os sistemas de informação e as redes são efetivamente seguras, por exemplo.
O termo hacker, segundo Pekka Himanen (2001) designa um perito ou entusiasta em qualquer área. Na informática ele tem por função desenvolver projetos tecnológicos e voltados à difusão de informações. Ele portanto, desenvolve, cria e distribui conhecimento.
A idéia de hackerismo nos apresenta nova perspectiva na idéia de trabalho, dinheiro e rede. Assim, o trabalho que conforme a ética protestante está relacionado a dever é entendido como diversão, é algo prazeroso. O dinheiro está associado a idéia de tempo, ao tempo que deve ser otimizado, e a automação muito auxilia nesse processo. O dinheiro não é o mais essencial mais a paixão pelo trabalho feito e a possibilidade de torná-lo útil para a coletividade, a ética da rede ou nética, que apregoa o acesso à todos e a liberdade de expressão.
É esse compromisso que os "hackers" têm com a informação, é essa paixão pela criatividade que se transformou na ética "hacker" e isso tem tudo a ver com a inclusão digital da sociedade.
Assim, assistimos na era da cibercultura uma nova forma de pensar e de nos relacionar com o trabalho e com os outros sujeitos. Vemos uma disposição para a "vida livre de encargos”, despojada, que almeja a experiência social, a liberdade de decidir sobre si mesmo, de ser autônomo, nesse projeto tanto se desenvolve as tecnologias de informação, quanto para a democratização do saber.
domingo, 19 de setembro de 2010
O digital, o virtual e a nova relação com o saber
A digitalização é segundo Pierre Levy (1999) o fundamento técnico da virtualidade. O digital é uma informação traduzida em números, ou seja, codificada segunda a linguagem binária do 0 e 1. O virtual por sua vez é entendido pelo autor como toda entidade desterritorializada, capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem estar contudo preso a um lugar ou tempo. O virtual não deve ser entendido como algo oposto ao real. O virtual existe sem estar presente, existe em potência, precisa apenas ser atualizado para se manifestar. Por isso, a informação digital pode ser qucalificada de virtual. Essas informações estão inacessíveis enquanto tal ao ser humano, mas podemos tomar conhecimento delas através de sua atualização por meio de alguma forma de exibição, assim ocorre com as imagens, o som, os textos armazenados na memória do computador, ou nos CD/DVDs, por exemplo. Isso não significa dizer que estas informações sejam irreais ou imateriais, mas segundo o autor, são mais fluidas e voláteis. O que permite um acesso fácil a uma grande gama de informações ao mesmo tempo sem que seja preciso o manuseio de diversos impressos. Essa mobilidade proporcionada pela digitalização das informações nos permite criar nós e conexões, chamadas por Levy de links, o que quebra a idéia da linearidade e modifica a relação dos homens e mulheres com o saber, criando uma nova perspectiva de aprendizagem, na qual todos podemos ser autores, os percursos de construção de conhecimentos são singulares a cada sujeito, e a escola não é mais o centro de produção e difusão de saberes.
A crise do paradigma moderno de ciência
O atemporal que regia a cosmovisão Medieval foi superada pela lógica moderna, ainda hoje hegemônica, segundo Bonilla. Na noção de tempo da modernidade as formas de pensamento e de conceitualização relacionam-se à linguagem e à tecnologia escrita, por meio da qual se pode construir as verdades absolutas e universais. Nessa perspectiva nasce a ciência moderna pautada na razão, na ordem, na técnica. “ a norma para o conhecimento nesse contexto é a verdade, a crítica objetiva, independente dos sujeitos que a comunicam. O saber, assim tem caráter instrumental é por meio dele que o homem manipula e domina o mundo. O universo dessa forma é visto como um mecanismo, e comparado a uma máquina . O tempo (presente, passado e futuro) não se distingue. A religião e a filosofia cede espaço para a ciência e a tecnologia. Essa é a lógica mecanicista. A partir dela podemos compreender o universo simplificando, decompondo e demonstrando o todo a partir de suas partes.
Vivenciamos hoje uma crise que põem em cheque esse paradigma, e essa crise foi proporcionada tanto pela percepção de que a ciência tanto pode ser utilizada para bem como para o mal, quanto pelos avanços advindos da física quântica. A visão contemporânea de ciência vem demonstrar que nenhum sistema pode ser observado como completo e autodeterminado. A complexidade que admite a incompletude e a incerteza passa a ser uma possibilidade de se compreeder o universo que nos cerca. Assim, supera-se os dualismos verdade/falsidade, identidade/contradição. Outra possibilidade de entender a ciência hoje é a teoria sistêmica, defendida por Fritjof Capra em Ponto de Mutação. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ, 1990, p. 17).
À escola dessa forma, compete superar a visão moderna de conhecimento e apropriar-se de uma nova dinâmica na qual os processos e não os produtos finais sejam considerados, onde os educandos possam compreender a relação entre objetos estudados e outros fenômenos. Onde o educando seja percebido como também produtor de conhecimentos, onde as tecnologias sejam, segundo Bonilla, possibilidades de criação, de pesquisa, de cultura e de re-invenção e por meio delas seja possível “dizer, entender, intencionar o que se faz”.
Vivenciamos hoje uma crise que põem em cheque esse paradigma, e essa crise foi proporcionada tanto pela percepção de que a ciência tanto pode ser utilizada para bem como para o mal, quanto pelos avanços advindos da física quântica. A visão contemporânea de ciência vem demonstrar que nenhum sistema pode ser observado como completo e autodeterminado. A complexidade que admite a incompletude e a incerteza passa a ser uma possibilidade de se compreeder o universo que nos cerca. Assim, supera-se os dualismos verdade/falsidade, identidade/contradição. Outra possibilidade de entender a ciência hoje é a teoria sistêmica, defendida por Fritjof Capra em Ponto de Mutação. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ, 1990, p. 17).
À escola dessa forma, compete superar a visão moderna de conhecimento e apropriar-se de uma nova dinâmica na qual os processos e não os produtos finais sejam considerados, onde os educandos possam compreender a relação entre objetos estudados e outros fenômenos. Onde o educando seja percebido como também produtor de conhecimentos, onde as tecnologias sejam, segundo Bonilla, possibilidades de criação, de pesquisa, de cultura e de re-invenção e por meio delas seja possível “dizer, entender, intencionar o que se faz”.
O uso do Rádio na educação
O rádio pode ser utilizado para criar condições voltadas à melhoraria da comunicação na escola. Pode favorecer também a participação e o dialogo entre a comunidade escolar e a comunidade onde a escola se encontra inserida. Por meio da rádio os educandos podem expressar suas opiniões, inquietações, descobertas. Além de promover a circulação de informações, a criação de uma rádio na escola promove também a socialização de saberes socialmente construídos e a interação entre educandos. É também um espaço para o exercício da cidadania, para a discussão de temas ligados à sexualidade, ao meio ambiente, à saúde, direitos sociais, bem como questões relativas ao combate à formas de discriminação social, preconceito etc.
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